Conheci o filósofo suíço
René Berger em 1987 e começamos imediatamente a
trabalhar juntos.
René Berger foi um dos grandes filósofos do século
XX e da passagem para o século XXI. Ficamos muito amigos
e ao longo de mais de vinte anos desenvolvemos vários
projetos juntos.
Em 2008 sugeri que deveríamos fazer uma ópera.
Ele concordou imediatamente e começamos a trabalhar sobre
o conceito do projeto. Mas, deveria ser algo diferente. Um desafio.
Assim nasceu a ópera Metamorphosis. René morreu
em janeiro de 2009. Ele foi responsável pelo libreto,
escrito em parte no hospital. É o seu último trabalho.
Toda a história está contada no meu livro René
Berger: Cavaleiro do Invisível.
Metamorphosis é uma ópera totalmente única.
Em termos do seu significado, uma ópera implica sempre
uma história, um drama, o canto, uma abordagem teatral.
Em Metamorphosis, não há exatamente um princípio,
um meio e um fim; a história é o planeta Terra
e o mundo, as civilizações, e especialmente o nosso
momento histórico. Esse é o drama. O libreto é
um texto filosófico, e o canto é para voz interior.
Assim, cada pessoa é o cantor e ator principal dessa ópera,
utilizando a sua própria voz interior.
A história em Metamorphosis é, nada verdade, uma
reflexão sobre quem somos, sobre nossa identidade, sobre
a mutação das nossas vidas, assim como sobre as
contínuas transformações das sociedades.
Mas, vai para além disso.
A música é uma varredura planetária captando
sons de setenta e sete estações de rádio,
partindo do pólo sul e dando uma volta completa no planeta.
A partitura foi estabelecida a partir do mapa do mundo elaborado
por Richard Buckminster Fuller em 1943: o Dymaxion.
Paralelamente, há o som do planeta capturado pela Estação
Espacial Internacional em órbita da Terra a uma altitude
de cerca de quinhentos quilômetros.
Assim, a ópera tem duas projeções de filmes
- uma delas com imagens do planeta Terra filmadas num percurso
orbital, acompanhada dos pensamentos de René Berger; a
outra projeção mostra o mapa mundi de Buckminster
Fuller revelando a localização da varredura planetária.
Na sala, a música nasce da diversidade de sons de rádio
que existem no nosso planeta, criando uma enigmática metamorfose
entre o tecido acústico e os sons da Terra.
Sobre uma mesa, a grande partitura é um convite a todos
para que sobre ela escrevam as suas observações
sobre essa fascinante viagem.
Assim, a ópera Metamorphosis é não apenas
um momento de reflexão, de contemplação,
mas também de estudo, de participação.
A première mundial de Metamorphosis acontece na Experimental
Intermedia Foundation de Nova Iorque, dirigida pelo compositor
Phill Niblock, e é o encerramento das celebrações
do centenário de René Berger.
Emanuel Dimas de Melo Pimenta
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METAMORPHOSIS | ópera para vozes interiores
de emanuel pimenta | libreto de rené berger - seu último
trabalho | première mundial | 7 continentes | 70 cidades
| 77 estações de rádio | 42 países
| cobrindo cerca de 148.940.000 km2 num percurso de cerca de
40.007 km | em 40 minutos | 1 ato | feito em 7 anos (2009-2016)
| partitura musical sobre dymaxion de Richard Buckminster Fuller
| uma ópera para vozes interiores, rádios e o som
do planeta terra capturado numa pista orbital a cerca de quinhentos
quilômetros de altitude | celebrando o centenário
de René Berger |
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EIF New York |
emanuel pimenta
rené berger
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